24 novembro, 2005

Vinicius

Vinicius de Moraes, o poeta da paixão, está morto. Morreu um mês antes do meu nascimento. Se há reencarnação, diria que reencarnou em mim. Se não há – e eu acredito mesmo que não haja – diria então que reencarnou em mim. Sim, sua alma está em mim. Não quero dizer com isto que sou ele, que muito maior que eu, mal cabe na minha pele. Mas como ele, procuro a paixão como quem procura a própria vida. Eu sem paixão não tenho porquê. Sou chama sem luz, jardim sem luar, luar sem amor, amor sem se dar. Sou só desamor. Não me contento com as coisas certas. Certo mesmo é a busca. Faço da vida uma aventura errante. Largo quem for em busca do novo amor. Assim, de repente, não mais que de repente. Nem que para isso tenha que ficar sozinho e triste, como o mar que soluça. Triste mesmo é estar com alguém e estar triste. Sozinho fico até alegre. É melhor ser alegre que ser triste. A vida é uma grande ilusão. A verdade não existe. Toda verdade absoluta é uma mentira. A vida é uma mentira, uma invenção. Cada um inventa a sua. Inventei a minha sendo Vinicius, sendo alegre na tristeza, amante na solidão. Será que Vinicius de Moraes está vivo? Sei lá, só sei que é preciso paixão.

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Anonymous Anónimo disse...

Ainda não tinha reparado como Vinícius se aplica tão bem a você... rs
A tempo, o post palavras ficou óooootimo!
Bjinho

24/11/05 21:26  
Anonymous Anónimo disse...

ficou bonito essas palavras misturadas.
é bem esperável de quem ama o sabino que se ame o vinicius também ;)

beijo

27/11/05 16:46  
Anonymous Anónimo disse...

liindo!!! amei, Bruno!!
o sentir é muito mais importante q o saber...

20/2/06 19:24  
Anonymous Anónimo disse...

Você nunca foi e nunca será Vinicius de Moraes. Ele nunca se acharia o Vinicius. Acorde pra vida. Evolua enquanto há tempo!

17/12/11 16:59  

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